É preciso acordar todos os dias com o pensamento "eu tenho muita sorte em ser saudável, acarinhada, amada, em já ter encontrado as minhas verdadeiras vocações e ter estabelecido tantos objectivos, em sentir-me incompletamente completa, em estar rodeada de pessoas fantásticas e encontrar-me numa situação propícia à concretização de tantos sonhos!".
Posso dizer que, aos 16 anos, apesar de me terem acontecido anteriormente imensas coisas adversas à minha felicidade, consegui tornar-me uma boa pessoa e tomar decisões de que nunca me arrependerei, tenham sido elas boas ou más.
Aos 16 anos, esta criatura que vos escreve achou que geria muito mal o tempo, mas que, mais cedo ou mais tarde, conseguia terminar todas as suas tarefas na altura indicada, with flying colours. Assim sendo, algures entre o fim de 2011 e o início de 2012, depois de já ter criado o presente blogue e de lhe ter mudado o nome umas boas três vezes, ficou-se pelo Procrastinar Também é Viver (cuja pertinência é evidente).
Trabalhei num call center, fui monitora de campos de férias, tentei coleccionar estágios. Depois de terminar a licenciatura em Ciências da Cultura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pude juntar mais um à lista, como teaching assistant numa universidade em Bangkok. No final, foram eles que me coleccionaram a mim: fui contratada como leitora e lá fiquei a trabalhar e a estudar para um mestrado que nunca terminei.
De volta a Lisboa, porque as saudades apertaram, trabalho remotamente, e por conta própria, como professora de inglês e português.