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Procrastinar Também é Viver

Blog sobre trivialidades, actualidades e outras nulidades. E livros.

Ou sou eu ou é a barba, 'tás a entender?*

24.08.13 | BeatrizCM

Não tenho nada contra homens de barba. Acho que, na maioria das vezes, ficam ainda mais bem-parecidos e elegantes com um qualquer tipo de pelo facial. (E, sim, talvez sejam as minhas hormonas saltitantes a falar, mas fá-los parecer mais “machos”, menos rapazinhos. Ficam com aquele ar de alfa dominante, todos emproados, muito senhores de si mesmos, muito sexies e blá, blá, blá, o resto é conversa e muita baba à mistura.)

Maaaaaas… Há sempre um “mas”. E esse “mas” decorre do facto de eu nunca – repito: NUNCA – ter visto o meu rico namorado sem barba. Quando o conheci, há quase dois anos, a barba já lá estava: barbicha mais patilhas.

E, dado que essa senhora dona barba chegou primeiro do que eu, tem primazia na vida dele, a sacana. Já lhe disse. Ou sou eu ou é a barba. Ele responde sempre “a barba”, esse descaradão a quem dedico todas as minhas emoções mais fortes e todos os meus sentimentos mais sinceros, para no final de contas nem sequer o ter conseguido dissuadir a fazer a barba uma única vez.

Eu não me importo nada, nadinha de nada, com a sua permanente presença. Há dias, até, em que lhe acho imensa piada. Porém, jamais vi (ou verei, desconfio) o meu lindo amor sem o raio da filha da mãe da barba e isso é algo que me atormenta. Vejam lá se entendem isto: é preciso recuar praticamente cinco anos nos álbuns de fotografias para se conhecer um Ricardo sem pelo facial visível. É qualquer coisa… Eu só quero conhecer o meu namorado de barba feita!, será pedir muito???

É que, muito sinceramente, a barba não lhe fica nada mal. O problema é maioritariamente psicológico, lá está. Existem pessoas que se afeiçoam a recordações, outras que se afeiçoam a sapatos, a roupas e malas, a livros (eu), e depois há pessoas como esta criatura, que se afeiçoa À SUA BARBA! Há quase um ano que namoramos e há quase um ano que lhe peço, que lhe suplico, vá lá, vá lá, para rapar aquela barbicha (de vez em quando, as patilhas desaparecem). E não é que ele age como se eu estivesse a falar para a parede? Primeiro, dizia que siiiiiiiim, que, um dia, logo se veria, depois já só seria por ocasião do baile de finalistas e, agora, estou a ver que nem num hipotético futuro (a muitíssimo longo prazo) casamento o rapaz me faria o amabilíssimo favor de se livrar da sua melhor amiga, a barbicha ricardiana, padrinha do noivo, presente em todas as boas e más alturas da sua vida.

Ele tem mais cuidado com a barba do que eu com o cabelo. Ele mete-lhe AMACIADOR. Eu só comecei a esfregar amaciador no meu próprio cabelo no ano passado! Ele lava-a e penteia-a todo o santo dia. Está sempre a mexer-lhe e a ver se está direitinha. Está sempre despenteado, mas nunca com a barba fora do sítio. É uma obsessão tal…!

Ultimamente, algumas raparigas têm-se-lhe insinuado, até de maneira indecente, mesmo debaixo dos meus olhinhos (se elas soubessem da missa a metade, nem o largavam enquanto não o tivessem a comer da mão, bem-haja a sua ignorância), mas não é contra elas que eu travo uma luta constante para manter em mim a atenção do moço. A verdadeira mulher da vida dele, arrisco-me a afirmar, é a barbicha.

Infelizmente (para ele, só se for!), a barbicha já tem duas fiéis inimigas: eu e a mãe dele. Já o ameaçámos com tudo. Calmantes ou soporíferos diluídos no jantar, tesouras, bandas de cera e assaltos durante a noite fazem parte do nosso inventário de ataque, e a lista continua a crescer, à medida que o tempo passa.

Dito isto, está declarada a guerra contra a maldita barba. Não é só de agora, mas fica a mensagem.

 

(PERCEBESTE, RICARDO LUÍS???)

 

 

* Para os menos entendidos na bela arte do sarcasmo, esta publicação não passa disso - sarcasmo, puro sarcasmo. Eu amo muito o meu amorzinho fofinho e barbudozinho, tenha ele a barbicha que tiver, com ou sem aquelas tranças que meteu na cabeça fazer durante a Festa do Avante, e, bem lá no fundo, eu sei que esta é uma batalha perdida no quartel, contra a qual eu não tenho a mínima hipótese de ver vencido o meu ponto de vista. O acordo subrecpiticiamente assinado a partir do primeiro beijinho mais-ou-menos inocente contempla a premissa "levas o rapaz e levas também a barba dele que te lixas". Uma cena do género...)

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