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Acordei para esta solarenga quarta-feira que, noutro contexto, seria igual a tantas outras quartas-feiras, sentindo-a como se se tratasse de um feriado. Despertei por despertar, passarei o dia a estudar, talvez vá passear entretanto. E hoje parecia-me realmente um feriado, asseguro-vos!, que se insurgia no nosso calendário em honra de todos os que vamos perder nos próximos anos. Sem nada para "celebrar", a greve geral de 14 de Novembro de 2012 tornou-se o último suspiro desses felizes dias em que podíamos dormir até ao meio-dia e reunir a família para um almoço às três da tarde ou, noutros casos, não fazer nada de nada, existindo simplesmente.
Belas recordações...! Disfrutemos, então, desta pseudo-celebração, antes que também nos tirem o direito à greve!
Acordei para esta solarenga quarta-feira que, noutro contexto, seria igual a tantas outras quartas-feiras, sentindo-a como se se tratasse de um feriado. Despertei por despertar, passarei o dia a estudar, talvez vá passear entretanto. E hoje parecia-me realmente um feriado, asseguro-vos!, que se insurgia no nosso calendário em honra de todos os que vamos perder nos próximos anos. Sem nada para "celebrar", a greve geral de 14 de Novembro de 2012 tornou-se o último suspiro desses felizes dias em que podíamos dormir até ao meio-dia e reunir a família para um almoço às três da tarde ou, noutros casos, não fazer nada de nada, existindo simplesmente.
Belas recordações...! Disfrutemos, então, desta pseudo-celebração, antes que também nos tirem o direito à greve!
O feriado do 1 de Novembro, bastante concorrido para visitar as campas dos nossos entes falecidos, já não o vai ser, a partir do próximo ano. Os subsídios de morte foram cortados em 50%. Com esta crise, já nem há dinheiro para comprar um raminho de flores para decorar as sepulturas. O número de cremações tem aumentado imenso, porque... bem, é mais económico despejar as cinzas para um jarro Made In China e metê-lo, vejamos, em cima da lareira (o habitual cliché dos defuntos) do que comprar um caixão Made In Portugal, o que implica, supostamente, o aluguer ou compra de um espaço extra no cemitério. Portanto, compatriotas... não morram. Feitas as contas, permanecer vivo ainda é mais viável.
O feriado do 1 de Novembro, bastante concorrido para visitar as campas dos nossos entes falecidos, já não o vai ser, a partir do próximo ano. Os subsídios de morte foram cortados em 50%. Com esta crise, já nem há dinheiro para comprar um raminho de flores para decorar as sepulturas. O número de cremações tem aumentado imenso, porque... bem, é mais económico despejar as cinzas para um jarro Made In China e metê-lo, vejamos, em cima da lareira (o habitual cliché dos defuntos) do que comprar um caixão Made In Portugal, o que implica, supostamente, o aluguer ou compra de um espaço extra no cemitério. Portanto, compatriotas... não morram. Feitas as contas, permanecer vivo ainda é mais viável.
Quase poderia ser a letra de uma música popular muito conhecida. Com alguma sorte, poderia ser a de uma música cantada pela Madonna. No entanto "Se o país aguenta mais austeridade? Ai aguenta, aguenta...!" foi apenas mais uma frase extremamente infeliz dita por alguém que merecia qualquer coisa não menos grave do que uma valente bofa na boca, ou seja, pelo Fernando Ulrich, o presidente executivo do BPI. Apesar da minha ingénua e, talvez, pretensiosa idade, sinto-me curiosamente à vontade para lhe atribuir a qualidade de traste e pedir desesperadamente que nunca mais ninguém o deixe falar em público. Isto é, a menos que a opinião de sua excelência se baseie nalgum dado que desconheço como, por exemplo, que será da generosidade do seu bolso que os portugueses serão alimentados durante os próximos dez a vinte anos. É só uma ideia...
(Por acaso, eu e o Sr. Ulrich temos uma característica em comum: nenhum de nós é licenciado.)
Quase poderia ser a letra de uma música popular muito conhecida. Com alguma sorte, poderia ser a de uma música cantada pela Madonna. No entanto "Se o país aguenta mais austeridade? Ai aguenta, aguenta...!" foi apenas mais uma frase extremamente infeliz dita por alguém que merecia qualquer coisa não menos grave do que uma valente bofa na boca, ou seja, pelo Fernando Ulrich, o presidente executivo do BPI. Apesar da minha ingénua e, talvez, pretensiosa idade, sinto-me curiosamente à vontade para lhe atribuir a qualidade de traste e pedir desesperadamente que nunca mais ninguém o deixe falar em público. Isto é, a menos que a opinião de sua excelência se baseie nalgum dado que desconheço como, por exemplo, que será da generosidade do seu bolso que os portugueses serão alimentados durante os próximos dez a vinte anos. É só uma ideia...
(Por acaso, eu e o Sr. Ulrich temos uma característica em comum: nenhum de nós é licenciado.)