Estavas a olhar profunda e atentamente para mim. Estarias curioso, impaciente ou inexpressivo? Não sei, não sei. No entanto, ali estavas, tão perto e disponível...! Podia ter congelado o momento. Nós os dois, mortais em nada iguais, (...)
Em horas inda louras, lindas Clorindas e Belindas, brandas, Brincam no tempo das berlindas, As vindas vendo das varandas. De onde ouvem vir a rir as vindas Fitam a fio as frias bandas. Mas em torno à tarde se entorna A atordoar o ar (...)
Fico ressentida quando não há um olhar sorrateiro ou um adeus prolongado. Cai o Carmo e a Trindade quando algo parece não ter sido dito. Espero eternamente pelo gesto que jamais acontecerá ou pelo momento ideal para mudar algo (...)
Foste um possível imprevisto dentro das remotas impossibilidades que eu julgava improváveis de acontecerem. Tiraste-me o chão, deste-me o céu e eu perdi-me. Levantei a cabeça, ergui o coração, ofereci a alma e deitei fora os medos. (...)
Olha para nós, tão perto e tão longe a escassos passos de um aperto, um abraço, mas cegos do que não vemos e não sentimos. Dar-te-ia a mão, o pulso, até os medos, fundindo os teus com os meus, do jeito que a saudade criou. Olha para (...)
De repente, senti-o por perto. Dei por mim a procurar a suposta origem do cheiro, aquele peito, aquela camisa. Lembrei-me do padrão do tecido - vermelho, preto, branco, muitas listas, formando, entre si, inúmeras perpendiculares e (...)